Síndrome(*) do Impostor – Sentimento de sentir-se que é uma fraude na área profissional

O termo surgiu em 1978, quando as psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes, da Universidade do estado da Georgia, estudaram um grupo de 150 mulheres que tinham muito sucesso profissional e, mesmo assim, sentiam-se uma fraude.

Esta síndrome está ligada a incapacidade de internalizar o sucesso independente das realizações e esforços que a pessoa faça em relação à vida profissional.

A sensação é de que todos os resultados acontecem por “acaso”, por melhores que sejam estes resultados e não por merecimento e empenho profissional.

Essa síndrome, na grande maioria das vezes, de acordo com estudos, impacta mais as mulheres pelas questões culturais às quais sempre estiveram subjugadas. O universo profissional das mulheres esteve por muito tempo vinculado ao dos homens com inúmeros episódios de desqualificação inclusive financeira. Mas apesar de romper esses pré conceitos as mulheres ainda carregam um sentimento de menos valia ou de desmerecimento de suas qualificações e conquistas profissionais.

Esta síndrome pode estar ligada a fatores “existenciais” que trazem para o presente questões relacionadas à forma como a mulher foi criada ou mesmo subjugada nas relações. Pode estar presente num ambiente hostil, desmotivador no qual, independente do que se faça, tem-se sempre o sentimento de incompetência para aquilo que lhe foi determinado a executar.

Quando a pessoa depende muito do trabalho e do retorno financeiro que o mesmo traz, ela passa a aceitar essas desqualificações e agressões como “normais”: o preço que terá de pagar por trabalhar nesta função ou lugar.

Não percebe que está adoecida e levando os sentimentos negativos para outros ambientes de sua convivência até pessoal como: tristeza, desânimo, ansiedade, insegurança,  improdutividade, falta ou excesso de apetite, aumento de peso, problemas de alergia , dores de cabeça, intestino preguiçoso, infecção e etc.

Os gatilhos para esse sentimento de ser uma “fraude” geralmente estão associados a uma nova função de maior visibilidade ou responsabilidade.

Mas esta síndrome pode afetar os homens também. Seja por ter um histórico emocional de insegurança, baixa auto- estima ou inúmeros fatores.

Mais de 70% da população mundial tem sintomas relacionados a esta síndrome e colocam em dúvida a própria capacidade, num contexto profissional ou acadêmico.

Devido à pandemia, que modificou muito os modelos de trabalho, incluindo o trabalho a distância, o novo formato de trabalho despertou inseguranças em relação ao desempenho e realizações profissionais, fazendo com que o número de pessoas incluídas nessa síndrome crescesse ainda mais.

Indicativos do histórico familiar e emocional podem servir de alerta.

Na infância a criança é chamada de inteligente, pró- ativa e manter este patamar de desenvoltura na idade adulta pode causar frustração e sentimento de menos valia.

A autossabotagem é uma forma inconsciente de reafirmar a sensação de incapacidade. Pode ocorrer quando a pessoa estabelece metas que não consegue cumprir, perde prazos e falha,  confirmando sua crença  de “ser uma fraude “.

Alguns sintomas que podem ajudar a perceber que é hora de procurar ajuda:

  • Pensamentos repetitivos sobre ser uma farsa
  • Sentimentos e sensação de medo de ser desmascarado por alguém a qualquer momento;
  • Os resultados do trabalho e do esforço estão associados comumente à sorte e/ou interferência de terceiros;
  • Sentimento constante de não ser qualificado para o trabalho que se está fazendo, mesmo que isso nunca tenha sido apontado por superiores ou pela equipe;
  • Necessidade constante de provar que é capaz no ambiente de trabalho;
  • Sentimento de frustração ou tristeza intensa no ambiente do trabalho sem causa clara;
  • Dificuldade de aceitar feedback positivo em relação ao trabalho.

Segundo a pesquisadora Basima Tewfik, há estudos que trouxeram descobertas importantes sobre o reflexo da síndrome no ambiente de trabalho.

Nota-se que existe uma lacuna entre a forma como as pessoas acometidas percebem a própria competência e a forma como são vistas, enquanto profissionais, pelas pessoas ao seu redor.

No mesmo estudo, é possível perceber que as pessoas que sofrem dessa síndrome são os mais cooperativos, empáticos e curiosos no ambiente de trabalho, desenvolvendo melhores habilidades interpessoais. É uma forma de compensar a insegurança em relação aos próprios resultados, assim como apresentam uma tendência a tornarem-se mais sensíveis ao ambiente de trabalho e às pessoas que a cercam.

Existem muitos mecanismos que podem ser aplicados no dia a dia para ajudar a enfrentar as sensações trazidas pela síndrome do impostor. Entender como o comportamento em relação ao trabalho funciona é imprescindível para aprender a lidar de forma saudável com ele.

Seguem algumas idéias que podem ser exploradas para frear os pensamentos negativos e transformar a insegurança em motivação:

  • Lembrar-se de que há um motivo por trás do reconhecimento profissional: ao longo dos anos adquirimos habilidades, aprendemos, trabalhamos muito, o que nos torna qualificados para estarmos onde estamos hoje;
  • Todo aprendizado é um processo: dominar novas habilidades requer persistência.
  • Buscar na memória outros aprendizados adquiridos ao longo da vida pode ajudar em momentos tensos;
  • Eleger prioridades: entender o que se pretende aprender ou aperfeiçoar com uma experiência.
  • Criar uma jornada de desenvolvimento pessoal e aprender com os erros.
  • Tentar eleger suas características positivas e refrescar a memória diariamente com o foco nelas.

 Busque ajuda profissional

A Síndrome do Impostor pode se desenvolver com formas e intensidades diferentes para cada pessoa, por isso, o mais adequado é sempre procurar ajuda de um profissional para um acompanhamento.

É importante estar atento aos próprios sintomas, pois a síndrome do impostor pode facilmente evoluir para um quadro de estresse crônico sendo necessário auxílio para superar.

A síndrome do impostor pode ser debilitante e demandar a busca por ajuda.

Nós da FLOR DE LÓTUS temos profissionais habilitados para ajudar e compreender melhor seu histórico pessoal, emocional e seu comportamento. Podemos juntos encontrar a solução mais adequada.

(*) Síndrome

A palavra síndrome é derivada do grego (syndrome=reunião), muito usada na medicina e na psicologia, traduz-se por um estado enfermidade ou adoecimento, caracterizando-se por um aglomerado de sintomas e sinais clínicos, podendo resultar de mais de uma causa.

Esses conjuntos de sinais e sintomas podem ocorrer ao mesmo tempo e podem ter causas variadas, assemelhando-se a uma ou a várias doenças.

Exemplo de síndromes: de Imunodeficiência adquirida, de Down, de Estocolmo , de Burnout, do Impostor dentre outras.

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